Crítica | Verdade ou Consequência (2018)

Crítica | Verdade ou Consequência (2018)

  • De: Jeff Wadlow
  • Com: Lucy Hale, Tyler Posey, Violett Beane
  • 1h40min

O fim condutor que carrega o grupo de amigos até uma maldição que os leva a jogar até à morte funciona como ideia mas a sua concepção falha por diversas vezes, existindo incoerências na história e decisões que nos fazem querer levantar para dar valentes bolachas nas personagens.

É o nome Jason Blum que vende Verdade ou Consequência. A irreverência e originalidade dos títulos que a Blumhouse nos tem trazido ao grande ecrã, elevando o estatuto do terro comercial é o chamariz de todo o filme que de certa forma parecia aproximar-se do tom mais leviano de Happy Death Day. Estava enganado, infelizmente. Um pouco à imagem de Flatliners, o remake do ano passado que foi uma desilusões da temporada, Verdade ou Consequência falha por completo no enredo e nas persoangens, entregando uma história genérica com personagens apressadas que tomam decisões questionáveis e com um ritmo incerto.

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A história centra-se numa viagem ao México, em que um grupo de amigos acaba por jogar a uma versão do mítico Verdade ou Consequência que acaba por adquirir contornos reais e violentos, fruto de uma maldição que desafia os jogadores, colocando-os em situações onde ou revelam as verdades que ocultaram desde sempre ou em situações de perigo, entre a vida e a morte. Nada mais nada menos do que isto. Pelo meio contornos típicos de filmes teen horror e uma série de momentos jump scare que pouco ou nenhum efeito têm, a não ser a nível sonoro, sobretudo pela falta de empatia com as personagens, mas também pela fraca credibilidade/eficácia do susto em si. A falta de empatia pelas personagens espelha os problemas claros destas, com diálogos típicos e um desenvolvimento pobre que vai transparecendo à medida que as decisões vão sendo tomadas e que a história prossegue.

O fim condutor que carrega o grupo de amigos até uma maldição que os leva a jogar até à morte funciona como ideia mas a sua concepção falha por diversas vezes, existindo incoerências na história e decisões que nos fazem querer levantar para dar valentes bolachas nas personagens. Tem de facto um tom mais cómico/leviano mas que quase passa despercebido, o que é desapontante quando as minhas expectativas iam mais ao encontro de Happy Death Day, sobretudo pelas semelhanças a nível de elenco jovem e terror mais ligeiro. É esquecível, é mediano e deixa um pouco a desejar quando podia ser mais um trunfo para a Blumhouse numa tentativa de chegar a um público mais jovem. Talvez com menos sustos necessários e com uma conclusão mais convincente fosse uma experiência mais agradável, mas acaba por falhar em cativar o espetador e em provocar quer em termos de humor negro quer em termos de sustos. No fim de contas, fracassou pelas expectativas criadas à sua volta, e por não tirar partido do potencial de explorar uma ideia comum e banal de forma mais original, acabando por ser apenas mais um daqueles filmes para ver num sábado à tarde na televisão.



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