Crítica / MOTELX | A Good Woman is Hard to Find (2019)


Este é um filme de terror “familiar” que explora a força da maternidade para nos mostrar o quão longe uma mãe vai para proteger os seus filhos, e que funciona ainda melhor pela forma heróica como a protagonista nos é apresentada.
★★★½
“A Good Woman is Hard to Find” explora a angústia de uma mãe que viu a sua vida desabar depois da misteriosa morte do marido que deixou a única testemunha do incidente, o próprio filho, incapaz de falar. Com contas para pagar e os dois filhos para sustentar completamente sozinha, a pobre mãe é apresentada como uma espécie de vítima da sociedade, incapaz de triunfar e às portas de uma desgraça iminente. Este choque inicial proveniente do cenário desanimador permite-nos ficar ao lado da mãe, Sarah, a protagonista deste conto de vingança e de terror “familiar”.
Mas com todos estes problemas, eis que o maior de todos lhe invade a casa e ameaça a sua vida e dos seus filhos. Quando um traficante de droga entra pela porta da casa, a fugir de dois sujeitos ameaçadores, Sarah vê-se presa a uma realidade que a coloca perante o cartel da zona e que a obriga a sair do seu casulo de inocente para salvar a família. Nesta história o medo surge de duas frentes, o aspecto desanimador da vida de Sarah, que explora um pouco as emoções e os receios pessoais do espectador, e a incerteza da segunda metade do filme, quando a mãe ganha a força e coragem necessárias para enfrentar o traficante e iniciar uma jornada de vingança para garantir a segurança dos filhos. O filme de Abner Pastoll consegue assim criar um thriller frio e calculado, apoiado na interpretação de Sarah Bolger, que dá vida a uma protagonista muito especial, com uma personalidade frágil e inocente que evolui ao longo do filme e de acordo com o tom deste. É assim difícil resistir à história que Pastoll nos tenta contar, sobretudo porque torcemos por Sarah, à medida que esta cresce e desabrocha mais perto do final do filme. Este é um filme de terror “familiar” que explora a força da maternidade para nos mostrar o quão longe uma mãe vai para proteger os seus filhos, e que funciona ainda melhor pela forma heróica como a protagonista nos é apresentada.