The Homesman (2014)

The Homesman (2014)

the homesman title

homesmanposter

  • Realizado por: Tommy Lee Jones
  • Com: Tommy Lee Jones, Hilary Swank
  • 122 Minutos
  • English: british-flag

Antes de começar a falar propriamente de The Homesman, penso que seria justo começar por dizer que praticamente desde os meus anos de infância sinto um “carinho” especial por Tommy Lee Jones, coisa que alguns de vocês poderão achar um tanto ou quanto estranho. Com base nisto penso que é fácil concluir que estava um pouco entusiasmado para este recente projeto, exibido no festival de Cannes. Um regresso aos velhos tempos, quando os Westerns eram presença dominante no mundo da sétima arte com uma abordagem mais moderna e dramática que captura a essência perdida do género numa história bastante perturbadora e violenta sobre a importância da confiança e do pagamento das nossas dívidas… Com Hillary Swank e Tommy Lee Jones em duas interpretações sólidas, The Homesman demonstra o potencial de Tommy Lee Jones como ator e realizador.

Quando três mulheres enlouquecem devido à vida que levavam e aos seus maridos, a cidade onde vivem procura salvá-las, enviando-as a uma mulher que concordou em cuidar delas numa altura frágil. No entanto, o que parece ser uma tarefa fácil torna-se numa missão um tanto ou quanto complicada quando as três mulheres têm de ser levadas pelo país fora numa carroça. E quando os homens da cidade demonstraram ser cobardes, a mulher independente Mary Bee Cuddy (Hillary Swank) decide aceitar a missão de levar as pobres mulheres numa jornada que promete ser a última esperança das suas vidas. Auxiliada por seu “empregado” George Briggs (Tommy Lee Jones), Mary terá que lidar com todo o stress e todos os perigos de uma longa viagem para dar às três mulheres um lugar adequado para viver.

Em The Homesman, não existem momentos amenos e durante duas horas, não há tempo para descansar de situações de violência que de uma certa forma revelam alguns dos piores aspetos de nossa natureza. Enquanto Mary aparenta ser uma mulher forte e corajosa no início da jornada, ela apercebe-se mais tarde que aceitar este trabalho foi a decisão mais estúpida que alguma vez fez porque as vantagens eram nulas e os riscos, pelo contrário, muito altos. Mesmo acompanhada por um homem odiado por muitos dos aldeões, George Briggs, a sensação de cansaço e a sua falta de força eram inevitáveis. Cuidar de três mulheres perturbadas e loucas foi, de longe, muito pior do que ela pensava e até mesmo Briggs não era capaz de dar conta do seu trabalho. Preso por uma dívida honrosa depois de ser salvo por Mary, Briggs é um velho homem que vive uma vida sem regras e sem ética e que precisa desesperadamente de uma razão para viver. Briggs é um homem sem esperanças nem ambições e que quer continuar a viver com os seus interesses em nada inspiradores e que, com o desenrolar da história acaba por se tornar num homem mais tolerável com uma personalidade muito interessante que gostaria de entender completamente. Nesta luta para cumprir uma missão conturbada, Mary vê-se presa numa vida solitária cujo fim poderá estar eminente graças a esta jornada pelo país fora. Um desempenho bastante interessante de Hilary Swank que me impressionou com a sua luta constante numa viagem que nunca aparenta ter hipóteses de sucesso. Tommy Lee Jones também fez um grande trabalho com uma personagem que passa por alguns momentos difíceis e que consegue encontrar-se a si próprio no meio de uma jornada em que a sua presença era fulcral para o sucesso da mesma.

The Homesman acaba por ser uma experiência muito difícil de ultrapassar no sentido em que a realidade é apresentada numa forma cruel e bárbara em que a lei que vigora é a da sobrevivência. Enquanto se assiste à viagem de Mary, nada de bom acontece pelo meio e, honestamente, o enredo do filme assemelha-se mais a um drama do que a um western. Mesmo que Tommy Lee Jones tenha dado o seu melhor para trazer de volta o estilo e a essência de um dos géneros mais marcantes da história do cinema, o facto é que nunca me senti absorvido/cativado por esta história triste e difícil, que carece de emoção em alguns momentos. Há eventos devastadores que são um pouco difíceis de suportar e só mais perto do final é que o espectador vê um pouco de compaixão nas personagens. Quando existe ação no meio da história, The Homesman atinge um nível bastante agradável de intensidade que se torna interessante ao longo do tempo. No entanto, nos aspetos mais dramáticos do filme falhou na medida em que eu não me senti ligado às personagens. As suas lutas, os seus problemas e as suas emoções foram combinados com a violência do faroeste, acabando por reduzir grande parte do impacto emocional do filme. De qualquer forme, principalmente por causa de Jones e pela boa intepretação de Swank, The Homesman acaba por ser um tanto ou quanto agradável, mesmo que falhe em trazer o género Western aos dias de hoje. Enquanto o lado emocional falha, os desempenhos dos atores principais acabou por salvar uma história que pouco ou nada me disse. The Homesman é uma história sobre os velhos tempos, quando a honra importava mais do que qualquer coisa para os homens e, no final, senti-me forçado a aceitar o facto de que, talvez, não fosse possível haverem finais felizes naquela época. The Homesman tinha o potencial para se tornar num filme memorável mas infelizmente, isso não foi suficiente. Ainda assim, graças a Tommy Lee Jones e à boa interpretação de Swank, existem razões para levar os espetadores a verem a luta emocional destes dois enquanto percorrem uma jornada que pode ser a missão mais perigosa das suas vidas.

stars_09

Páginas: 1 2



0 thoughts on “The Homesman (2014)”

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *